Origens: Cinderela - Grimm, Perrault
A
clássica história da doce menina órfã que trabalha sem parar para as irmãs e
madrasta sendo transformada para ir a um baile, já teve várias versões de épocas
e contextos diferentes. E aqui vamos conhecer um pouquinho das 2 principais
origens desse conto.
Gata Borralheira tem um ancestral em La Gata Ceneréntola,
registrado por Basile (Pentameron), no qual há a transfiguração da moça feia em
bela.
A primeira Cinderela que
conhecemos tem origem da China chamava-se Yeh-hsien, e sua história foi
registrada PR Tuan Ch‟engshih por volta de 850
d. C. Yeh-hsien usa um vestido feito de plumas de martim-pescador e minúsculos
sapatos de ouro. Como as Cinderelas ocidentais, Yeh-hsien é uma criatura humilde,
que faz os serviços domésticos e sofre tratamento humilhante nas mãos da madrasta
e da filha desta. Sua salvação aparece na forma de um peixe de três metros de
comprimento que a cumula de ouro, pérolas, vestidos e comida. As Cinderelas que
seguem nas pegadas de Yeh-hsien encontram sua salvação na forma de doadores
mágicos.
A versão francesa do Perrault mais conhecida e adaptada mostra a Cinderela dócil e passiva
maltratada pelas irmãs e madrasta e nem pede para ir ao baile além de ajudar as
irmãs a se arrumarem para a festa, deseja ir ao baile, mas se conforma com sua
condição. A fada madrinha chega para auxiliá-la e transforma seus trapos em
lindos vestidos em ouro e prata, assim como a abóbora em carruagem e o rato em
cocheiro e a presenteia com um par de sapatinhos de cristal. Ela perde seu
sapatinho na saída à meia-noite do baile. No fim da história, após casar com o
príncipe, Cinderela perdoa as irmãs e as casa com nobres da corte, ilustrando
um modelo perfeito de comportamento feminino.
Já na versão alemã, dos Grimm, temos uma
história bem diferente. Ao começar pela morte da mãe da Cinderela e nesse momento
percebemos uma relação forte entre mãe e filha na qual a mãe em seu leito de
morte pede para que a filha preserve a bondade em seu coração acima de tudo e sua
espera em Deus. Nessa versão não temos um sapatinho de cristal e sim de ouro,
não vemos uma Cinderela tão passiva apesar de se lamentar de sua condição
chorando todos os dias no túmulo de sua mãe, planta um ramo de avelã sobre ele,
ramo que é um presente do seu pai(que não está morto), e o rega com seu pranto,
fazendo nascer uma árvore com poderes mágicos em que sempre pousa um pássaro
que lhe concede desejos. Ela pede a madrasta para ir ao baile, esta lhe passa a
tarefa de recolher as lentilhas e ervilhas que haviam sido jogadas nas cinzas
e, mesmo Cinderela cumprindo o serviço, sempre com a ajuda dos pássaros, a
madrasta lhe nega o direito de ir baile.
Assim, Borralheira
recorre ao elemento mágico, à arvore e ao pássaro, e lhe são dados os
belíssimos vestidos e os sapatos de ouro. Após o último dos três bailes (sim,
são 3 noites de baile), Cinderela perde o sapato, o príncipe a encontra e se
casa com ela. Na verdade nessa história o príncipe sempre tentar capturar a
Cinderela, que vai embora por livre e espontânea vontade, com a ajuda do pai de
cinderela, mas essa mais esperta sempre se esconde a tempo. No último baile ela
perde um sapatinho porque o príncipe coloca piche na escadaria e ela escorrega
deixando um sapatinho para trás.
Mas essa versão realmente é mais sangrenta, quando
a madrasta quer a qualquer custo que suas filhas se casem com o príncipe pede
que estas cortem seus dedos do pé e calcanhares para entrarem no sapato, mas na
saída o pássaro mágico canta e diz que elas não são a princesa correta e mostra
o rastro de sangue pelo caminho, até o príncipe encontrar a verdadeira
Cinderela e se casar com ela com detalhe que o príncipe a reconhece antes mesmo
de provar o sapatinho porque esta se limpa e mostra quem é. As irmãs têm seus
olhos perfurados por pombos e são castigadas por seus atos de maldade com a
cegueira permanente.
Temos várias versões de livros e filmes contemporâneos jovens, bem como versões da
Disney. Um dos meus favoritos é o filme A Nova Cinderela
de 2004.
Referências
:
Livros
Contos de fadas de Perrault, Grimm, Andersen e outros
Livro
Contos de fadas em suas versões originais
https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/118674/christofoletti_cf_tcc_rcla.pdf?sequence=1&isAllowed=y
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